21/11/12

A escrita dos nossos alunos...



ENTARDECER ASSUSTADOR

Era dia 31 de outubro de 1271, noite de Halloween, e ouviam-se as crianças contentes a espalhar as abóboras e as lanternas assustadoras no jardim...
No interior da casa da senhora Paula, enquanto a sua mãe Vanda Poções tricotava umas meias de lã, acontecia algo de muito estranho que ambas desconheciam: um homem desconhecido espreitava pela janela; estava com um chapéu MUITO alto na cabeça, um casaco MUITO longo até aos pés e um laçarote MUITO bem apertado à volta do pescoço.
De repente, faltou a luz e ouviu-se: UUUUUU....UUUUUU..... A velhinha levantou-se rapidamente da sua poltrona, atirou as meias para o chão e correu em direção à janela. Quando se preparava para voltar ao seu cadeirão, deparou-se com uma dúzia de ratos esfomeados e a chiar em cima de uma estante cheia de livros sobre países e oceanos, que acabavam de se transformar em livros sobre vampiros e abóboras. O marido da velhinha era caçador, daí a sua tendência para usar como decoração da casa de familiares, animais embalsamados.
O problema dos ratos não acabara, de tal modo que a Vanda Poções decidira imediatamente chamar o exterminador.
Do outro lado da linha, atendeu uma voz rouca, informando que o exterminador estava a caminho da morada indicada. Nesse mesmo instante, ouviu-se o suar da campainha e uma voz que dizia:
- É o exterminador Raul que dirige todos os ratos para sul... Abram a porta...
A senhora Paula pôs-se a caminho da porta que abriu com delicadeza. De seguida, apareceu a sua mãe que guiou o exterminador até à sala onde se encontravam os ratos. Estes já se tinham triplicado...
Poucas horas depois, o exterminador já se tinha ido embora com a sensação de tarefa cumprida. Em cima da mesa estava um bilhete que dizia:
"DESCOBRI UMA PASSAGEM SECRETA ATRÁS DA ESTANTE, ENTREI POR CURIOSIDADE MAS NÃO VI NADA DE ESPECIAL, APENAS UM BURACO DE ONDE APARECIAM IMENSOS RATOS.
 EXTERMINADOR RAÚL "
Ambas ficaram muito assustadas. «Uma passagem secreta atrás da estante?!» pensaram as duas senhoras intrigadas com o bilhete.
- Vamos já ver se isto é verdade, ajuda-me a puxar a estante.  ̶  pediu a senhora Paula.
Da estante saíram imensas cobras que fugiram para a rua através da porta que estava entreaberta. As duas senhoras quase morreram de susto, pois nunca pensaram que a casa pudesse ter passagens secretas.
Através da grande janela existente na sala, observavam-se duas grandes montanhas. Conta a lenda que, no dia das bruxas, apareciam fantasmas vindos das grutas para assustar a vizinhança e fazer travessuras às crianças.
- Vou entrar, tu ficas cá fora para o caso da porta se fechar! - ordenou Vanda Poções.
E assim foi… Entrou com os dentes a tremer e os braços todos arrepiados. Ao fundo do corredor estava um buraco tapado com um pano, provavelmente feito pelo exterminador para que os ratos não passassem. Mas a velhinha, que era muito perspicaz, decidiu continuar a andar e descobrir o que a casa da filha escondia por detrás das paredes.
Depois de dar uma dúzia de passos, descobriu uma porta com uma placa a dizer: "Sala dos espíritos, não entrar sem autorização do chefe". Assim que acabou de ler, pensou: «O chefe desta casa é a minha filha, ela de certeza que me autoriza a entrar.» No mesmo instante em que abriu a porta, gritou:
- SOCORRO, vou desmaiar....
Esta deparou num assustador, horrendo, mal cheiroso, perigoso e temível… pingo de chuva de água destilada. Afinal, o homem que estava a espreitar na janela era o exterminador; os ratos eram máquinas inventadas por cientistas; a passagem secreta era um buraco na parede com alguns retoques e o pingo de chuva não passou de uma simples coincidência.
Lara Neves, 5ºG   1/11/12

A escrita dos nossos alunos...



Reconto da história “Desculpa… Por acaso és uma bruxa?”
Era uma vez um gato preto chamado Leonardo que se sentia muito triste por viver sozinho na rua. Quando chovia, ia para a biblioteca para se aquecer e principalmente para ler, pois adorava ler!
Um dia, encontrou uma enciclopédia sobre bruxas que leu com muita atenção. Aprendeu que as bruxas usavam meias às riscas e chapéus pontiagudos, tinham caldeirões e voavam em vassouras. A sua maior alegria foi quando descobriu que as bruxas gostavam imenso de gatos pretos. Decidiu imediatamente andar à procura de uma.
Enquanto passeava pela rua, Leonardo viu uma menina com meias às riscas e perguntou-lhe:
─ Desculpa, por acaso és uma bruxa?
─ Oh, meus Deus, um gato preto… Que azar o meu! ─ gritou a menina assustada e desatou a fugir.
Leonardo, dececionado, continuou o seu caminho, até que viu uma sombra com uma vassoura. Pensou que poderia ser uma bruxa, mas deu um passo em frente e apercebeu-se de que se tratava de um varredor de rua. Continuou a sua viagem ainda mais tristonho.
Passado uma hora, viu uma senhora a cozinhar num caldeirão grande e acreditou que, desta vez, fosse realmente uma bruxa, mas estava enganado.
Voltou para a biblioteca muito desapontado. Nem sequer imaginava o que o aguardava... Pois é, lá estavam algumas bruxinhas a ler livros atrás de uma estante, mas só reparara nelas quando se dirigiram a ele, pegando nele ao colo e enchendo-o de beijinhos. A bruxa-mestra também o convidou a ir viver com elas na escola das bruxas, o seu novo lar.
Desde esse dia, a vida de Leonardo mudou: passou a ser o gato mais feliz do mundo.
Ana Beatriz Santos, Marta Galhano, Sandro Claro e Victoria Perez, 5ºH
9/11/12

19/11/12

Ainda o mês das Bibliotecas Escolares!

      Decorria o mês de outubro. Para lembrar o mês internacional das Bibliotecas Escolares, a nossa escola escolheu o tema Viagens. A este propósito, lemos o conto Saga de Sophia de Mello Breyner, que relata a viagem de um jovem à procura da sua felicidade. Um texto belíssimo, que teve a virtude de proporcionar uma reflexão sobre aquilo que somos capazes de fazer e de sacrificar, em nome de um sonho.
     Eis algumas opiniões acerca da leitura que foi feita:

      O conto “Saga” foi escrito por Sophia de Mello Breyner Andersen e fala sobre a vida, sempre ligada ao mar, de Hans, um homem que fugiu da sua terra natal, a ilha de Vig, ainda jovem, para seguir o seu sonho de ser marinheiro; nunca voltou a casa, pois o seu pai nunca o perdoou.
     Este conto proporciona bons momentos de lazer e imaginação aos leitores, assim como cultiva o gosto pela leitura entre os mais novos.
       Porém, este conto pode ser difícil de entender e interpretar; nada que uma leitura cuidada e atenta não resolva.
       Em resumo, “Saga” é um bom conto, pois é bastante interessante e profundo.
            Daniela Heleno, nº 7 do 8.º D


Relativamente ao conto de Sophia de Mello Breyner, na minha opinião, o frequente e expressivo uso da adjetivação e de metáforas enriquece o texto e torna-o agradável.
Assim, penso que é um conto que vale a pena ler e apreciar, porque no fundo representa as nossas personalidades e atitudes perante os nossos sonhos.
Vera Rocha, 8.ºD
     O conto “Saga” é um dos muitos contos escritos por Sophia de Mello Breyner. Conta a história de um menino, Hans, que ao longo da história vai crescendo e que tinha um sonho, ser marinheiro, navegar por mares e marés desconhecidos. Este menino cheio de esperança, com toda a sua coragem, não deixa de querer realizar o seu sonho, mesmo contra a vontade da família. Porém nem tudo ao longo da viagem correu bem.
     Neste conto, o aspeto que considero mais negativo é a mensagem indireta, subentendida pelo leitor, de que não se deve lutar pelos sonhos, até ao fim, pois haverá sempre consequências para os amigos ou família.
     Por outro lado, um fator positivo, que é defendido e é demonstrado pela personagem principal, Hans, é a coragem e determinação, bem como a perseverança, ou seja, não deixa de lutar pelos seus sonhos, mesmo contra a vontade dos seus entes queridos, facto que o leva a ter momentos menos bons, que não o impedem, contudo de fazer tudo para cumprir o seu sonho.
     É um conto muito completo, que dá a perceber ao leitor a capacidade de aguentar, de enfrentar as adversidades, mesmo quando se luta contra os nossos entes queridos.
Carolina Neves, 8.ºD