04/12/12

A escrita dos nossos alunos

O problema do Gil
Era uma vez um menino chamado Gil que vivia com os seus pais numa humilde casinha à beira de um riacho. Corria pelos campos, brincava com os animais e a natureza era o seu espaço preferido. Sempre fora um menino feliz até entrar para a escola… Na verdade, Gil não conseguia fazer amigos por ter um grave problema: gaguejava muito. Os colegas faziam troça dele e ele sentia-se muito triste. Todos achavam que ele era diferente. O que haveria de fazer para superar tal situação? Um dia, a professora pediu-lhe que escrevesse numa cartolina tudo o que sentia em relação ao seu problema. O menino foi para casa ainda mais triste, porque até a professora se tinha apercebido que ninguém gostava dele, se calhar também ela não gostava…Entre lágrimas e com o coração apertado, lá foi escrevendo tudo o que sentia numa enorme cartolina e, para seu espanto, sentiu-se muito melhor no final. Parecia que tinha tirado para fora de si todo o peso daquele tormento. No dia seguinte, a professora chamou-o e explicou à turma que Gil era um menino normal; apenas precisava da ajuda de todos para ultrapassar o seu problema. De seguida, pediu ao menino que mostrasse aos colegas o cartaz que tinha feito e que dizia:
  • Não me chamem nomes, nem brinquem com a minha forma de falar, que eu fico triste…
  • Não me interrompam quando falo, porque depois não consigo continuar…
  • Não me chamem de gago, eu apenas gaguejo…
  • Não me ponham de lado, eu gostava de ser vosso amigo…
  • Sou um menino como todos vocês e também tenho sentimentos!!! 
Após a leitura silenciosa do cartaz, todos se levantaram e, um por um, lá foram pedir desculpa ao Gil que, com lágrimas a quererem saltar dos olhos, só conseguiu dizer: - O-o-brigado… 
Camila Lourenço, 5º.G 


A menina Joana 
Tudo começou quando a Beatriz e o Afonso decidiram ter um bebé. Esperaram dois anos até a Beatriz ficar grávida. Nove meses depois, nasceu a Joana que deixou os pais felicíssimos.
À medida que a menina foi crescendo, os pais descobriram que o cabelo dela não crescia. Decidiram, então, ir ao médico que lhes explicou que o cabelo dela nunca iria crescer, porque ela tinha um cancro.
Apesar do seu problema de saúde, a Joana viveu sempre feliz até ter de mudar de escola aos dez anos de idade. Os meninos mais velhos, que não a conheciam, começaram a gozar com ela porque ela era careca.
- Olha a careca!!! Ah, ah, ah, ah, ah, ah!!!
E isto acontecia todos os dias… Cansada por gozarem com ela, fez um pedido aos pais:
- Mamã, papá, podem comprar-me cabeleiras? Assim os meninos mais velhos da minha escola já não gozavam comigo.
No dia seguinte, após terem refletido muito sobre o assunto, ofereceram à filha uma caixa enorme com um laçarote. Joana abriu-a e, quando viu cabeleiras de todos os tamanhos, feitios e cores, ficou feliz e agradeceu aos pais.
Passado alguns dias, um menino chamado João apaixonou-se por ela e ela por ele. Cinco meses depois eram namorados e andavam pela escola de mãos dadas.
Desde o dia em que começou a usar as cabeleiras, nunca mais ninguém gozou com ela e até passou a ter mais amigos. Daí em diante, passou a ter mais confiança em si própria e voltou a ser a menina feliz que sempre fora.
Beatriz Faim, 5º.F
Um dia de anos divertido
Era uma vez uma menina chamada Leonor e o que mais gostava de fazer era viver aventuras. Num fim de semana de inverno acordou com imensa energia e vontade de brincar, pois tratava-se de um dia muito especial: o seu aniversário.
- Anda tomar o pequeno-almoço, Leonor. – Pediu com calma a mãe.
- Já vou mãe, estou a vestir-me! – Respondeu a menina muito bem disposta.
Leonor desceu as escadas e chegou à cozinha apresentando-se de calções, chinelos de dedo e uma camisa fininha.
- Filha, não está tempo de andares assim vestida, já sabes que é inverno!
- Mas mãe, eu pensei que quando fizesse os meus oito anos o inverno não existisse mais. Ele estraga sempre os meus anos por estar frio e por nevar!
A mãe de Leonor teve então uma ideia: foi ao sótão buscar as roupas de neve da filha e os trenós. Tencionava mostrar-lhe como o inverno também podia ser divertido, levando-a a uma estância de esqui.
- Leonor, vem comigo às compras por favor, preciso da tua ajuda.
- Está bem, mãe.
Durante a viagem, a menina percebeu que não iam ao supermercado e questionou a mãe:
- Para onde vamos?
- Hoje, vais divertir-te a esquiar, porque hoje fazes anos. Vou mostrar-te como o inverno é engraçado.
Na estância, Leonor esquiou até chegar a hora do almoço.
- Tenho fome! – Disse ela.
- Vamos à tua pizzaria favorita almoçar.
- Obrigada, mãe!
Mal acabaram de almoçar, foram construir um boneco de neve e jogar à luta de bolas de neve.
- Estou a adorar este dia! – Exclamou a Leonor.
- Agora temos de ir às compras. - Explicou a mãe.
Compraram várias coisas: massa para bolos, chocolate, formas e Leonor escolheu a sua prenda de anos: uma linda boneca.
Uma vez em casa, a menina ajudou a mãe a fazer bolachas para o lanche. Estava muito feliz!
- As bolachas estão ótimas. – Disse o pai depois de as provar.
Depois do lanche, Leonor foi brincar com a sua boneca nova e, ao jantar, toda a família se reuniu para cantar os parabéns à aniversariante. Mais à noitinha, disse muito decidida para a mãe:
- Agora já gosto do inverno. Que ele nunca deixe de existir!
Matilde Oliveira, 5º.G

03/12/12

Concurso Nacional de Leitura

Vai realizar-se, na primeira semana de janeiro, a prova da 1ª fase do Concurso Nacional de Leitura. Os livros seleccionados são:

Filho de Estrela, in Contos (pág. 91 à 110) de Óscar Wilde
A velha engolida pela pedra, in Estórias Abensonhadas (pág. 165 a 170) de Mia Couto
Pedro Alecrim de António Mota.

Se estiveres interessado em participar, informa-te junto dos professores de Língua Portuguesa.

29/11/12

Bruxinhas

A propósito da leitura do conto "Qué crees?" de Mem Fox e Vivienne Goodman a turma do 1º ano da professora Carla (EB1 Cantanhede Sul) fez estas "deliciosas" bruxinhas!

21/11/12

A escrita dos nossos alunos...



ENTARDECER ASSUSTADOR

Era dia 31 de outubro de 1271, noite de Halloween, e ouviam-se as crianças contentes a espalhar as abóboras e as lanternas assustadoras no jardim...
No interior da casa da senhora Paula, enquanto a sua mãe Vanda Poções tricotava umas meias de lã, acontecia algo de muito estranho que ambas desconheciam: um homem desconhecido espreitava pela janela; estava com um chapéu MUITO alto na cabeça, um casaco MUITO longo até aos pés e um laçarote MUITO bem apertado à volta do pescoço.
De repente, faltou a luz e ouviu-se: UUUUUU....UUUUUU..... A velhinha levantou-se rapidamente da sua poltrona, atirou as meias para o chão e correu em direção à janela. Quando se preparava para voltar ao seu cadeirão, deparou-se com uma dúzia de ratos esfomeados e a chiar em cima de uma estante cheia de livros sobre países e oceanos, que acabavam de se transformar em livros sobre vampiros e abóboras. O marido da velhinha era caçador, daí a sua tendência para usar como decoração da casa de familiares, animais embalsamados.
O problema dos ratos não acabara, de tal modo que a Vanda Poções decidira imediatamente chamar o exterminador.
Do outro lado da linha, atendeu uma voz rouca, informando que o exterminador estava a caminho da morada indicada. Nesse mesmo instante, ouviu-se o suar da campainha e uma voz que dizia:
- É o exterminador Raul que dirige todos os ratos para sul... Abram a porta...
A senhora Paula pôs-se a caminho da porta que abriu com delicadeza. De seguida, apareceu a sua mãe que guiou o exterminador até à sala onde se encontravam os ratos. Estes já se tinham triplicado...
Poucas horas depois, o exterminador já se tinha ido embora com a sensação de tarefa cumprida. Em cima da mesa estava um bilhete que dizia:
"DESCOBRI UMA PASSAGEM SECRETA ATRÁS DA ESTANTE, ENTREI POR CURIOSIDADE MAS NÃO VI NADA DE ESPECIAL, APENAS UM BURACO DE ONDE APARECIAM IMENSOS RATOS.
 EXTERMINADOR RAÚL "
Ambas ficaram muito assustadas. «Uma passagem secreta atrás da estante?!» pensaram as duas senhoras intrigadas com o bilhete.
- Vamos já ver se isto é verdade, ajuda-me a puxar a estante.  ̶  pediu a senhora Paula.
Da estante saíram imensas cobras que fugiram para a rua através da porta que estava entreaberta. As duas senhoras quase morreram de susto, pois nunca pensaram que a casa pudesse ter passagens secretas.
Através da grande janela existente na sala, observavam-se duas grandes montanhas. Conta a lenda que, no dia das bruxas, apareciam fantasmas vindos das grutas para assustar a vizinhança e fazer travessuras às crianças.
- Vou entrar, tu ficas cá fora para o caso da porta se fechar! - ordenou Vanda Poções.
E assim foi… Entrou com os dentes a tremer e os braços todos arrepiados. Ao fundo do corredor estava um buraco tapado com um pano, provavelmente feito pelo exterminador para que os ratos não passassem. Mas a velhinha, que era muito perspicaz, decidiu continuar a andar e descobrir o que a casa da filha escondia por detrás das paredes.
Depois de dar uma dúzia de passos, descobriu uma porta com uma placa a dizer: "Sala dos espíritos, não entrar sem autorização do chefe". Assim que acabou de ler, pensou: «O chefe desta casa é a minha filha, ela de certeza que me autoriza a entrar.» No mesmo instante em que abriu a porta, gritou:
- SOCORRO, vou desmaiar....
Esta deparou num assustador, horrendo, mal cheiroso, perigoso e temível… pingo de chuva de água destilada. Afinal, o homem que estava a espreitar na janela era o exterminador; os ratos eram máquinas inventadas por cientistas; a passagem secreta era um buraco na parede com alguns retoques e o pingo de chuva não passou de uma simples coincidência.
Lara Neves, 5ºG   1/11/12

A escrita dos nossos alunos...



Reconto da história “Desculpa… Por acaso és uma bruxa?”
Era uma vez um gato preto chamado Leonardo que se sentia muito triste por viver sozinho na rua. Quando chovia, ia para a biblioteca para se aquecer e principalmente para ler, pois adorava ler!
Um dia, encontrou uma enciclopédia sobre bruxas que leu com muita atenção. Aprendeu que as bruxas usavam meias às riscas e chapéus pontiagudos, tinham caldeirões e voavam em vassouras. A sua maior alegria foi quando descobriu que as bruxas gostavam imenso de gatos pretos. Decidiu imediatamente andar à procura de uma.
Enquanto passeava pela rua, Leonardo viu uma menina com meias às riscas e perguntou-lhe:
─ Desculpa, por acaso és uma bruxa?
─ Oh, meus Deus, um gato preto… Que azar o meu! ─ gritou a menina assustada e desatou a fugir.
Leonardo, dececionado, continuou o seu caminho, até que viu uma sombra com uma vassoura. Pensou que poderia ser uma bruxa, mas deu um passo em frente e apercebeu-se de que se tratava de um varredor de rua. Continuou a sua viagem ainda mais tristonho.
Passado uma hora, viu uma senhora a cozinhar num caldeirão grande e acreditou que, desta vez, fosse realmente uma bruxa, mas estava enganado.
Voltou para a biblioteca muito desapontado. Nem sequer imaginava o que o aguardava... Pois é, lá estavam algumas bruxinhas a ler livros atrás de uma estante, mas só reparara nelas quando se dirigiram a ele, pegando nele ao colo e enchendo-o de beijinhos. A bruxa-mestra também o convidou a ir viver com elas na escola das bruxas, o seu novo lar.
Desde esse dia, a vida de Leonardo mudou: passou a ser o gato mais feliz do mundo.
Ana Beatriz Santos, Marta Galhano, Sandro Claro e Victoria Perez, 5ºH
9/11/12